“Baixar, proteger e aguardar” foram gestos imperativos, esta manhã, nas instalações da Associação para Recuperação de Cidadãos Inadaptados de Oliveira do Hospital (ARCIAL). Perto de uma centena de utentes, portadores da deficiência, foram desafiados a agir perante um sismo. É esse o objetivo do Terra Treme, um exercício nacional de sensibilização para o risco sísmico que, ano após ano, leva entidades públicas e privadas a testar a sua capacidade de resposta em caso de catástrofe.
Este ano, o Comando Sub- Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra escolheu Oliveira do Hospital para assinalar a efeméride.
De forma ordeira, os utentes executaram os “três gestos que podem fazer a diferença” e o edifício foi evacuado. Ao chegarem ao exterior, deram pela falta de dois colegas. Motivo que levou os bombeiros a proceder à busca, resgate e salvamento dos mesmos.
Uma atividade realizada com sucesso de tão real que pareceu, o que demonstra que a ARCIAL está preparada, como salientou Carlos Luís Tavares, Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra. Para o responsável, foi notório que “a ARCIAL treina”. “E quando se treina, as coisas correm melhor”, disse, considerando que é “importante que o cidadão conheça os riscos que o envolvem”. Com a máxima de “salvar pessoas”, a Proteção Civil pretende “sensibilizar para o risco” e “capacitar a população para saber como agir antes, durante e depois de uma catástrofe”, sobretudo numa altura em que as alterações climáticas nos vão surpreendendo. O Terra Treme visa igualmente criar “comunidades mais resilientes”.
“Quisemos fazer diferente e envolver pessoas com necessidades especiais”, frisou Carlos Luís Tavares que logo parabenizou a ARCIAL, uma vez que “cumpriu na íntegra aquilo que era necessário”.
Orgulhoso estava também Artur Abreu. Para o presidente da instituição, “é importante prepará-los para uma situação que hipoteticamente possa acontecer” e, por isso, é fundamentar “terem as ferramentas para responder a uma situação deste tipo”.
Perante uma sociedade que se quer “mais inclusiva”, foi com bons olhos que Artur Abreu viu a ARCIAL ter sido escolhida para a realização deste simulacro. “Na ARCIAL fazemos um trabalho diário de preparação e inclusão destes cidadãos. Ficamos satisfeitos quando são incluídos nestas ações”, afirmou, defendendo que “este exercício foi mais uma forma de os integrar numa cidadania plena”. Concluída com sucesso esta simulação, o responsável acredita que “numa situação real”, a instituição “teria condições” e os utentes estariam “prontos para responder”.
Tem sido assim e este ano não seria exceção. O Município de Oliveira do Hospital “há vários anos” que implementa esta iniciativa, como deu conta Graça Brito. Para a vereadora, “as alterações climatéricas levam-nos a ter, cada vez mais, um cuidado de prevenção”. E esse aspeto “tem estado na agenda municipal” com “planos de prevenção, com diversos investimentos e com o apoio prestado aos Bombeiros”.
Graça Brito não tem dúvidas que, desde 2017, ano em que o fogo assolou o concelho”, os oliveirenses estão “mais sensibilizados para estas questões”. “Temos consciência que a prevenção é importantíssima”, frisou, garantindo que o Município tem feito esse “trabalho de sensibilização”.
Neste simulacro estiveram envolvidas diversas entidades como o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, Guarda Nacional Republicana, Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital e Lagares da Beira, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Brisa, Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e Unidade Local de Saúde.
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