O oliveirense Tiago Cerveira conquistou mais um prémio na sua carreira como realizador. “A Máscara de Cortiça”, da sua autoria, foi considerado “Melhor Filme Internacional Realizador <30”, no Avanca Film Festival.
“O filme retrata a corrida do entrudo nas Aldeias do Xisto de Góis”, disse, revelando que já era folião da tradição e que já acompanhava enquanto fotógrafo. Este ano, no âmbito das 7 Maravilhas da Cultura Popular, foi “desafiado” pela Junta de Freguesia de Góis para “fazer um documentário que fizesse jus à tradição que é ali mantida”. “Além do filme cumprir a sua missão de candidatura, fizemos uma versão maior, uma curta documental com 15 minutos”, referiu.
“Todas as aldeias têm sobreiros e a cortiça extraída era aproveitada sobretudo para os cortiços, as colmeias feitas com cortiça. Quando os cortiços já estavam obsoletos da sua função, eram reaproveitados para fazer máscaras. Cada uma das pessoas da aldeia decorava à sua forma”, explicou a Tiago Cerveira sobre a tradição, referindo ainda que a Corrida do Entrudo “consiste nos mascarados irem de aldeia em aldeia soltar as quadras jocosas que são lidas em praça pública”.
“A Máscara de Cortiça” é mais um dos filmes de Tiago Cerveira que promove o Meio e a Gente, assinatura do próprio. “Tudo o que tem a ver com esta relação do meio e da gente é o que me diz mais respeito. Acho que antes de entrarmos numa questão de ficção e recriação, acima de tudo há que registar e documentar aquilo que, mais cedo ou mais tarde, vai acabar por acabar”, disse.
A esta altura, o filme premiado que teve estreia em Góis, está a concorrer em vários festivais nacionais e internacionais, com algumas datas de exibições já marcadas. A 29 de agosto será exibido em Belmonte e em Setembro chegará à Bósnia e Herzegovina. “O filme faz sentido se for mostrado às pessoas”.
“O filme ganha dimensão pela homenagem a todo o povo serrano que se revê naquele espírito de luta e de entrega pelo trabalho, pelo amor à vida”.
“A Máscara de Cortiça” junta-se a outros êxitos que conquistaram prémios e distinções como as peças “Memórias do Fogo”, “Wildlings” e “Pagar a Promessa”.
“Os prémios acabam por consagrar o trabalho que se faz com amor mas é marketing. Acima de tudo, o grande prémio é as pessoas gostarem do filme”, concluiu.
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