Daniel Dinis Costa completou, no mês de julho, 10 anos à frente da Eptoliva- Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil. Em entrevista conjunta à Rádio Boa Nova, jornal Folha do centro e Notícias de Tábua, o presidente da escola que tem conquistado prémios no país e além fronteiras faz um balanço da última década e destaca os desafios futuros.
Completa este mês (julho) 10 anos como presidente da Escola Profissional Eptoliva. Que balanço é que faz desta última década?
Foram 10 anos a desafiar a educação, 10 anos a antecipar o futuro e, sobretudo, 10 anos de realização pessoal, mas sobretudo coletiva, porque acho que conseguimos superar todos os objetivos que fomos diariamente assumindo. Tudo aquilo que foram as nossas opções estratégicas foram sendo, de uma forma ou de outra, superadas e conseguimos concretizá-las. Acima de tudo, foram 10 anos de muito trabalho e de dedicação plena a esta causa, que é muito importante para o futuro de qualquer país, que é o sistema educativo, que é a educação, até ao ensino superior.
A Eptoliva também tem participado e dado o seu contributo para o desenvolvimento do projeto educativo concelhio, no caso de Oliveira do Hospital, supraconcelhio, porque estamos a falar de dois concelhos, Oliveira do Hospital e a Tábua, e depois também Arganil, que nos eleva para um patamar regional. Portanto, o balanço é, sem dúvida, extremamente positivo e, acima de tudo, acho que ficamos todos com um sentimento de dever cumprido.
Continuamos com a mesma vontade e com o mesmo empenho desde que entrámos no primeiro dia, e temos sempre aquele inconformismo que já nos caracteriza para continuar a trabalhar.
Em termos de oferta formativa, qual foi a sua principal preocupação nestes 10 anos?
A principal preocupação é ter uma oferta formativa que, em primeiro lugar, vá de encontro com as necessidades e as preferências dos alunos da região, e que tenha, obviamente, enquadramento naquilo que são as perspetivas e as necessidades do território. Por isso, nós fazemos sempre uma oferta formativa alicerçada em inquéritos aos alunos e aos nossos promotores, para perceber qual é que é a estratégia de desenvolvimento do território.
O objetivo foi sempre ter uma oferta formativa o mais diversificada possível, mas que, no fundo, também seja muito alicerçada nas necessidades do território e nas preferências dos alunos.
Ao longo destes 10 anos, fomos sempre reforçando a oferta formativa. Este ano, foi o ano em que tivemos mais cursos profissionais na oferta formativa, estamos a falar de 14 cursos profissionais que foram aprovados, portanto, os alunos podem escolher entre 14 cursos profissionais diferentes
com esse objetivo de proporcionar um leque muito diversificado de oportunidades e de escolhas.
Depois, há sempre o cuidado de conciliar a oferta formativa da Eptoliva com as ofertas das escolas públicas, que também têm ensino profissional. Isso de alguma forma tem vindo a ser mais ou menos conseguido. A verdade é que, ainda assim, continua a haver muita duplicação em termos regionais e é necessário que, na nossa região da abrangência, em que os territórios têm características muito semelhantes, haja uma uma concertação de ofertas formativas que respondam às necessidades dos alunos e não, muitas vezes, às necessidades das próprias escolas. Este é um assunto em que temos que refletir. Acho que precisamos, rapidamente, de um novo modelo de orientação vocacional.
Na própria ANESPO, a Associação Nacional de Escolas Profissionais, é um dos temas que está em cima da mesa e que está até a ser analisado com o Ministério da Educação. A Eptoliva continuará a bater-se para que os alunos, os pais, os encarregados de educação possam ser esclarecidos sobre a oferta, a empregabilidade, o acesso ao ensino superior e as perspectivas de futuro.
Por exemplo, em áreas como a construção civil, temos um défice de mão de obra, e temos este ano um curso de construção civil, a pedido dos promotores. Tendo em conta essas necessidades, colocámos este curso na oferta formativa, mas não tivemos a oportunidade de, diretamente, explicar aos alunos quais são as perspectivas, o que é que eles poderiam ganhar com isso. Mas temos as empresas a dizer-nos que precisavam destes recursos. São estes pequenos exemplos que nos fazem pensar que realmente este modelo não funciona.
Em 10 anos a escola duplicou praticamente o número de alunos e, este ano letivo, fruto do acordo de parceria com a Ilha do Sal, em Cabo Verde, registou-se um crescimento também do número de alunos oriundos, vindos dos PALOP. Este é um passo importante para a sustentabilidade da própria escola?
Sim, há aqui duas questões que são sempre fundamentais. Nenhuma escola funciona sem alunos. Não vale a pena, nós podemos ter a melhor escola do mundo, as melhores instalações, os melhores professores, mas se não tivermos alunos a escola não funciona. E depois temos aqui uma questão que é a diminuição natural em termos de natalidade e que se tem vindo a repercutir nos últimos anos, em termos daquilo que são os nossos alunos da região. Ainda assim, a Eptoliva tem conseguido manter e até, em alguns anos, reforçar o número de alunos que integram a escola. Em 10 anos, neste mandato, nós duplicámos o número de alunos que frequentam hoje a escola. Com uma estratégia de internacionalização, temos a estudar na Eptoliva alunos PALOP, mas também alunos de outras nacionalidades que nos procuram, que nos permite ter uma sustentabilidade pedagógica e financeira.
Muitas vezes pode-se pensar que muitas escolas têm alunos só para terem financiamento. Mas, a verdade é que a questão de termos alunos faz com que exista depois sustentabilidade pedagógica e sustentabilidade financeira para dar melhores condições a todos os outros alunos.
Ao mesmo tempo, estamos a fixar jovens no território, a trazer novas pessoas para o território. Alguns deles certamente quererão voltar, outros poderão ficar. E, no fundo, também acho que com isso contribuímos para o desenvolvimento destes territórios e da nossa região.
A propósito desta parceria, este ano inauguraram a primeira residência de estudantes em Oliveira do Hospital e, em Tábua estará também para breve?
Sim, em Oliveira do Hospital, já no início do ano letivo, teremos uma ampliação da atual residência, com outro piso que também já será utilizado para alojamento de estudantes. Será quase que duplicada a oferta que existe em termos de número de camas disponíveis. Em Tábua, também já estamos no procedimento concursal para termos, também no início do ano letivo, um espaço de alojamento para estes alunos deslocados, como forma de lhes dar as melhores condições possíveis, porque também temos pouca oferta nos nossos territórios em termos de alojamento para estudantes, portanto temos que encontrar aqui soluções. E a solução é recuperar. No caso de Oliveira do Hospital, recuperámos um espaço no centro da cidade, que não estava a ser utilizado e que tem todas as condições, e em Tábua estamos a falar da mesma estratégia, que é um espaço que não estava a ser utilizado há já algum tempo, está a ser adaptado e recuperado dentro da própria vila para poder receber estes alunos que vêm para o território.
Muitas vezes, pode-se questionar esta estratégia, mas a verdade é que o financiamento que existe para estes alunos deslocados é um financiamento que só existe se eles cá estiverem. Se eles cá não estiverem, nós não temos direito a esse financiamento.
E estamos a falar, pelo número de alunos que nós temos tido deslocados, quer nacionais, quer internacionais, em cada ciclo formativo de 3 anos, de cerca de 1 milhão de euros que entram na economia deste território, porque são apoios que são direcionados para o alojamento, para a alimentação, para o material escolar, para o financiamento dos cursos profissionais. Ou seja, estamos a falar de um milhão de euros que entra na economia local, e que se os alunos não estivessem cá nunca entraria.
Este ano letivo houve cerca de três dezenas de alunos dos PALOP, sobretudo de Cabo Verde, que vieram estudar para a Eptoliva. No próximo ano letivo podem chegar ao dobro dos alunos?
A ideia é manter, mais ou menos anualmente, até porque também tem que haver aqui um equilíbrio. Mas sim, estamos a falar de cerca de 35 ou 40 alunos por ano. O nosso objetivo era, inicialmente, ter 100 alunos ao fim de 3 anos, portanto, se calhar vamos ultrapassar.
Completa também este ciclo de 10 anos à frente da Eptoliva, com um pacote de 3 milhões de euros aprovados para a concretização de dois Centros Tecnológicos, um aqui na escola sede em Oliveira do Hospital, outro no polo de Tábua. Este é o salto que faltava dar à Eptoliva?
É um dos saltos que falta dar à Eptoliva, porque nós temos sempre novos desafios.
A Eptoliva já tinha este objetivo de modernização, de melhoramento de equipamentos e de infraestruturas tecnológicas. Antes de haver os concursos para os Centros Tecnológicos Especializados fizemos, internamente, um plano de educação digital sustentável, que no fundo já era um pré-projeto do que nós queríamos em termos do futuro da escola, e depois veio-se a revelar, com o aparecimento destas candidaturas do PRR aos CTEs. Felizmente, culminou com a aprovação de dois CTEs, um aqui em Oliveira do Hospital e um CTE em Tábua. Estamos a falar realmente de um investimento de cerca de 3 milhões de Euros. Em Oliveira ficaremos com um espaço de excelência a nível de informático, com equipamentos tecnológicos, com materiais didáticos de última geração. Aproveitámos também para fazer uma ampliação dos espaços, porque a escola precisa de ter mais espaço para o número de alunos que tem e para lhes dar melhores condições. Portanto, teremos aqui um espaço de excelência no edifício sede. Em Tábua, também no espaço CULTIVA, onde funciona a Eptoliva, num espaço cedido pela Câmara Municipal de Tábua e que foi inaugurado há cerca de dois anos, um espaço construído e adaptado para a escola profissional, teremos um CTE de Multimédia, onde teremos equipamentos multimédia, audiovisuais, do mais tecnológico e do mais avançado que há.
Teremos um estúdio de televisão, um estúdio de rádio, equipamentos multimédia de exterior, ou seja, teremos todas as condições para formar profissionais, quer na área da multimédia, quer na área da comunicação, mas também noutras áreas, porque estes centros tecnológicos são transversais a todas as áreas. Teremos aqui condições para formar realmente alunos com competências para o futuro.
São espaços para estarem concluídos quando?
Nós estamos a tratar. Já assinámos o termo de aceitação há cerca de um mês, porque foi só nessa altura que foi feita a validação final da aprovação e estamos já, neste momento, a preparar os concursos. Portanto, o objetivo é que no final do ano letivo de 2024/ 2025, os CTEs estejam concluídos.
E, paralelamente, vão decorrer os trabalhos de a ampliação da escola sede?
Porque nós estamos sempre a antecipar o futuro, iremos fazer as obras de ampliação durante o período letivo. Não podemos estar à espera das pausas letivas, porque perderíamos muito tempo, e já estamos a arranjar soluções para a falta de espaço que teremos no edifício sede e que, de futuro, poderá ser aproveitado para termos um outro projeto, que é o projeto seguinte, que passa por termos espaços específicos por curso na escola. Ou seja, teremos na sede um espaço com o CTE de Informática e com a parte de mecatrónica automóvel, industrial e eletrónica, um espaço mais dedicado aos cursos de turismo, temos este espaço onde estamos, que é mais dedicado ao design e teremos também um espaço dedicado ao desporto e algo que nos faz falta, que é mais dedicado ao design e teremos também um espaço dedicado ao desporto e outro a algo que nos faz falta, que é um espaço para os alunos conviverem, um espaço dedicado aos alunos, onde eles possam ter as suas refeições. Essa será a fase seguinte. Para além disso, também temos em andamento durante o próximo ano letivo, a requalificação do espaço exterior do edifício sede, com um projeto muito interessante que foi apresentado no Epto Futuros de Design, que são os Epto Fun Spots, que serão espaços dedicados aos alunos, para os momentos de lazer e de convívio e para os alunos desfrutarem do ambiente exterior da escola, dos espaços verdes.
O ano letivo que agora termina foi também um ano marcado por várias atividades em que a Eptoliva se projetou e se consolidou enquanto escola da região e também para esta região. Falamos concretamente do mais recente Epto Rodas Fest, mas haveria outras atividades que poderíamos destacar. O envolvimento da escola com a comunidade tem sido uma tónica dos seus mandatos e uma preocupação permanente. É assim que a escola quer continuar?
Sim, não faz sentido ter uma escola que não esteja aberta à comunidade, aliás, nós somos uma escola Open School for Open Society (OSOS), portanto, uma escola aberta à sociedade e praticamos isso no dia a dia. O nosso trabalho com a comunidade é constante, é diário. Há cursos em que, se calhar, metade do tempo é passado fora da escola em atividades, o que é bom e faz sentido. Isso é também atrativo para os alunos.
A escola trabalha diariamente com a comunidade, com as entidades, nomeadamente também com os municípios de Oliveira Hospital e de Tábua, em tudo o que são os grandes eventos, como as festas do queijo, a FACIT, agora na EXPOH, sempre com atividades, como parceira ativa, porque é assim que nós vemos o papel da escola.
Depois temos os nossos promotores, todas as entidades onde são feitos os estágios profissionais, em contexto de trabalho e aulas técnicas em empresas. Portanto, há aqui uma grande interação da escola com a comunidade.
Esse trabalho também é feito, no fundo, para que a comunidade reconheça aquilo que é a importância da escola, a importância do ensino profissional, mas também para que possamos dar algo e retribuir aquilo que, no fundo, a sociedade nos dá.
Apostamos também nos Epto Futuros, uma estratégia criada neste mandato, em que contamos com especialistas e figuras públicas.
É o exemplo do Epto Rodas Fest?
Exatamente, o próprio Epto Rodas Fest nasceu no âmbito do Epto Futuros de mecatrónica automóvel. Nós já tínhamos ensaiado uma atividade numa dimensão mais pequena e a ideia foi, realmente, este ano dar-se este salto maior, de organizar algo com maior impacto e que superou todas as expectativas. Quando começámos a ver a recetividade dos parceiros para a realização do evento, percebemos que poderíamos ter realmente aqui um grande evento. Felizmente as coisas correram bem para o primeiro ano, e portanto este é mais um dos exemplos daquilo que também a escola faz, que é dar à comunidade eventos diferenciadores. Foi também o que aconteceu no Epto Talent, no último dia da Facit, no o âmbito do curso de Multimédia, que também correu muito bem.
E estes Epto Futuros têm saído cada vez mais do espaço físico da escola, não é verdade?
Sim, e a própria escola foi evoluindo nos Epto Futuros, porque queremos sempre também fazer algo diferente e inovador. Quando estivemos em pandemia,
que os Epto Futuros tinham milhares de visualizações, foram feitos todos em formato online e nunca desistimos do conceito.
Falou das atividades que marcaram esta última década, mas podíamos falar também de prémios…
Este é o reconhecimento do trabalho que a Eptoliva tem desenvolvido ao longo destes anos e também do carácter inovador desta escola.
Sonhámos que poderíamos ter aqui uma espécie de uma incubadora de empreendedores alunos. Percebemos que havia aqui vontade por parte dos alunos, por parte de vários docentes para participar em projetos, para participar em concursos e motivámos bastante essa situação.
Nós temos até um prémio para os alunos que têm bons resultados nesses concursos. Já conseguimos ter prémios locais, regionais, nacionais e internacionais. A Eptoliva já esteve a representar Portugal, por exemplo, no Brasil, noutros países com prémios e com projetos muito interessantes.
Estamos a falar de uma escola que, para além daquilo que são os conteúdos programáticos dos cursos profissionais, procura motivar os alunos para desafios diferentes.
Depois, há também a parte da cidadania e dos valores. Nos últimos anos temos conseguido prémios, como por exemplo o selo de escola amiga da criança, porque temos atividades para todas as idades. Também somos uma escola com selo protetor, distinguida pela Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens. Somos uma escola com selo da integridade e temos um projeto ambiental que é o Eco Escolas.
Conseguimos conjugar os conteúdos programáticos, com aquilo que também é a essência da escola, que é dar aos alunos algo diferente, algo diferenciador, que lhes permita ter outros horizontes.
Acima de tudo, a Eptoliva é uma forma diferente de fazer ensino, de fazer educação, em que os alunos têm tudo a ganhar- E a escola, felizmente, também tem ganho o reconhecimento a nível nacional e internacional. Isso é algo que nos orgulha muito.
Por outro lado, houve aqui uma mudança de mentalidades, alguma quebra de preconceitos relativamente ao ensino profissional. Os alunos que recebemos no ensino profissional, são alunos geralmente com um percurso escolar sem retenções, que vêm para a escola porque querem mesmo vir para um ensino profissional. Quebrou-se um bocadinho aquele mito que havia de que os alunos que não conseguiam estar num outro tipo de ensino é que queriam ir para um ensino profissional.
Depois temos outra valência. Cada vez mais, temos alunos que entram na Eptoliva, fazem o seu curso profissional e depois querem prosseguir os seus estudos para o ensino superior.
E temos hoje, na escola, uma média de alunos que vão para o ensino superior, que este ano foi 35%. Estamos a falar de três vezes aquilo que é a média nacional dos alunos que estão no ensino profissional e que vão para o ensino superior.
Há uma expressão que lhe ouvimos, nestes últimos anos, que o ensino profissional concilia o melhor dos dois mundos: O que é que quer dizer exatamente com isto?
O melhor dos mundos é, no fundo, termos um ensino profissional de qualidade, de excelência, com alunos que terão um curso profissional e têm empregabilidade, e por outro lado, termos um ensino que permite que esses alunos, se quiserem prosseguir estudos para o ensino superior, o possam fazer com essa mesma qualidade. É engraçado muitas vezes ouvirmos os próprios alunos dizer que quando vão para a universidade, muitos daqueles conteúdos mais práticos que são dados nas universidades, eles já os deram todos na Eptoliva. Portanto, isso também é algo que nos tem motivado para apostar cada vez mais nesta valência, nunca descurando aquilo que também é a essência do ensino profissional, que é formar profissionais para o mercado de trabalho, em especial profissionais com capacidade para estarem e terem qualidade nas empresas, nas entidades para onde forem trabalhar. Nós temos aqui cursos que, há anos, têm 100% de empregabilidade, nomeadamente as áreas da mecatrónica automóvel, saúde e informática.
Foram certamente 10 anos desafiantes, o que é que ainda lhe falta fazer como o diretor da Eptoliva?
A mim falta-me sempre muita coisa para fazer, porque nós estamos sempre muito inconformados e há aqui vários desafios que nós temos pela frente. Desde logo, eu acho que esta questão do novo modelo de orientação vocacional é algo que terá que ser discutido. Nós queremos reforçar e ter um ensino profissional ainda mais prático. Já utilizamos a autonomia pedagógica dentro daquilo que são os limites que são possíveis legalmente pelo Ministério da Educação, mas queremos ter ainda mais autonomia, porque achamos que ainda há muito trabalho a desenvolver.
Depois, o grande desafio que temos pela frente é operacionalizar tudo aquilo que temos agora em andamento. Colocar os melhores equipamentos, as melhores infraestruturas para os alunos terem as melhores condições, reforçar aquilo que são os protocolos de cooperação, para que mais alunos possam frequentar a escola. Por outro lado, a Eptoliva e a associação que gere a Eptoliva também tem outros desafios, como é o Centro Qualifica, com a formação, a educação e formação de jovens e adultos, que também tem sido uma mais-valia para o território, nomeadamente no município de Tábua. Também queremos reforçar o programa Escolhas, porque achamos que poderá ser um programa muito interessante para alguns alunos e alguns jovens que precisam desse apoio.
Temos aqui ainda um mundo de desafios pela frente, continuamos com a mesma vontade, o mesmo empenho do primeiro dia e, acima de tudo, acho que o mais importante é, em cada dia, nós anteciparmos aquilo que será o futuro. Não estarmos à espera daquilo que acontece, mas sim nós próprios anteciparmos aquilo que poderá acontecer, porque a educação de hoje é muito diferente da educação de há 5 anos e muito, muito diferente da educação de há 10 anos. Se as escolas não souberem adaptar-se àquilo que são as perspetivas dos alunos de hoje, àquilo que é a sua forma de ser, a sua forma de estar, corremos sempre o risco de não fazermos bem o nosso trabalho.
Portanto, o objetivo é sempre querermos mais e melhor, irmos cada vez mais ao encontro daquilo que são as necessidades e as preferências dos alunos, adaptarmos-nos a isso e também nós, enquanto escola, fazermos diariamente o melhor para que eles possam ter um futuro, porque também o nosso próprio futuro depende daquilo que for o bom futuro que lhes possamos dar hoje.
Se tivesse de escolher um projeto para a próxima década, o que é que escolheria?
Tentar que a Eptoliva pudesse ter ainda um território de abrangência maior. A Eptoliva com a capacidade de organização que tem, com a capacidade de gestão que tem, se nós conseguíssemos levar essa capacidade para outros territórios, acho que ficaríamos todos a ganhar.
E, quem sabe, esse venha a ser um dos desafios para o futuro da escola.