Um grupo de 80 pessoas prepara-se para fazer a peregrinação a pé entre a Guarda e Fátima durante sete dias. O percurso, que passa por Oliveira do Hospital, decorre em maio, num total de 225 quilómetros por estradas e caminhos.
Os participantes reúnem-se pela primeira vez este domingo (21) num encontro de preparação para partilha de informações sobre as rotinas e funcionamento do grupo durante a peregrinação e também de algum convívio, com uma caminhada e almoço.
A peregrinação vai começar no dia 5 de maio e termina no Santuário de Fátima, no dia 11. O percurso passa pelos concelhos da Guarda, Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital, Arganil, Vila Nova de Poiares, Miranda do Corvo, Ansião e Ourém (Fátima).
O grupo será guiado por João Sousa, bombeiro e técnico de emergência médica, que há 12 anos iniciou esta iniciativa que se repete todos os anos em maio. “A parte da logística foi mais complicada nos primeiros anos, porque não tinha conhecimentos, nem contactos. Agora, os contactos já ficam de um ano para o outro”, relatou à agência Lusa.
Na agenda telefónica, João Sousa guarda contactos de juntas de freguesia, corporações de bombeiros e associações que habitualmente disponibilizam instalações para acolher os peregrinos. As noites são passadas em quartéis de bombeiros, pavilhões gimnodesportivos, salões de festas e numa escola desativada.
Peregrinos são acolhidos gratuitamente nas várias paragens
João Sousa realçou a forma como os peregrinos são acolhidos nos locais onde pernoitam: Nos lugares nos quais não é cobrado qualquer valor, o grupo deixa uma pequena quantia por cada peregrino para compensar os custos com a água, luz, gás e papel.
“Não paga as despesas, mas é uma maneira de agradecer e no ano seguinte termos a porta aberta”, referiu.
A logística da peregrinação envolve ainda a alimentação e o transporte dos bens dos peregrinos assegurada por sete voluntários. Este grupo fica responsável pela confeção das refeições e pela condução das viaturas de apoio. Os locais onde são servidas as refeições já estão programados, mas a chuva pode condicionar os planos.
João Sousa estimou que 40% das pessoas que integram o grupo façam a peregrinação sem qualquer promessa e por isso defendeu que é preciso ter respeito pelos ritmos e motivos de cada um. “Não somos nenhuns estafetas. É para se fazer com calma. Há tempo para tudo. Para rir, para chorar e para rezar. Se uma pessoa se sentir mal, temos de esperar por ela”, assinalou.
João Sousa relata ainda que nunca desencoraja ninguém a não fazer a peregrinação, da mesma forma que nunca as incentiva a desistir durante o caminho. Na reunião preparatória da peregrinação, João Sousa distribui aos peregrinos uma lista com os bens essenciais para a realização da caminhada. Entre as recomendações sobre o vestuário, objetos e produtos a levar, João Sousa inclui “muita, muita vontade de andar”.
- com Lusa