A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) alertou esta terça (5) que faltam 1.125 médicos de família em todo o país e pediu medidas específicas para reter os profissionais no SNS para além da idade da reforma. Em Oliveira do Hospital, onde a afluência de pessoas que tentam conseguir uma consulta continua a ser elevadíssima, os números a que a Rádio Boa Nova teve acesso apontam para quase 10 mil utentes sem um clínico atribuído e pelo menos sete médicos em falta.
Segundo a USF-AN, existem, neste momento, 673.895 utentes cujos médicos de família têm mais de 65 anos, podendo reformar-se em breve. Somando estes utentes aos que não têm médico de família atribuído atualmente e àqueles cujos médicos de família estão com ausências longas ao serviço (mais de 7 meses), a associação estima uma necessidade que ronda os 1.125 médicos de família, cerca de 560 enfermeiros e de 567 secretários clínicos.
Em comunicado, a USF-AN lembrou que, atualmente, estão no último ano de formação cerca de 650 internos de Medicina Geral e Familiar, mas cerca de 530 médicos de família podem reformar-se num espaço de ano e meio.
Considera ainda que, retendo parte destes médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “é possível manter ou integrar cerca de 800 médicos de família no próximo ano, dos quais 550 novos médicos de família (entre recém-especialistas e médicos de família que estão atualmente no setor privado)”.
Lembra que a anunciada generalização do modelo B (pagamento por objetivos) das USF vai aumentar as listas de utentes – mais 250 mil utentes com equipa de saúde familiar, segundo o Ministério da Saúde, tendo em conta as unidades que estão em condições de avançar para este modelo – e que a disponibilidade deste modelo de funcionamento “deverá servir como atração para fixar mais médicos de família”.
No entanto, insistem, “devem ser pensadas medidas específicas para reter os profissionais, médicos e não médicos, no SNS para além da idade em que podem aceder à sua aposentação”.