A Proteção Civil registou entre as 18h00 de terça-feira e as 07h00 de hoje 83 ocorrências relacionadas com o mau tempo no continente, sobretudo inundações e queda de árvores.
O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu, cerca das 07h15, que naquele período os distritos de Braga, Porto e Aveiro foram os mais afetados.
“Entre as 18h00 de ontem [terça-feira] e as 07h00 de hoje foram registadas 83 ocorrências. Trinta e quatro foram quedas de árvores, 22 inundações, 14 limpezas de via, 10 quedas de estruturas e três de movimento de massas”, adiantou José Costa, acrescentando que não se registou nenhuma ocorrência grave.
Sete distritos do continente estão hoje sob aviso laranja devido à previsão de chuva, por vezes forte, acompanhada de trovoada e rajadas de vento, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Portalegre e Braga vão estar sob aviso amarelo até às 21h00 de hoje devido à chuva, por vezes forte, que pode ser acompanhada de trovoada e rajadas.
Sob aviso amarelo por causa do vento vão estar os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga até às 12h00 de hoje e depois entre as 06h00 e as 15h00 de quinta-feira.
O IPMA emitiu também aviso amarelo para os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga por causa da agitação marítima, entre as 03h00 de quinta-feira e as 03h00 de sexta-feira.
Por causa do mau tempo, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou na terça-feira para o risco de inundações hoje e quinta-feira nas regiões do Norte e Centro devido à previsão de chuva por vezes forte e persistente.
Num aviso dirigido à população, a ANEPC recomenda, em especial nas zonas mais vulneráveis, a “desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e a retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas”.
Segundo a ANEPC, devido às previsões meteorológicas há possibilidade de ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de água da chuva por “obstrução dos sistemas de escoamento” e risco de cheias “potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras”.
A Proteção Civil alerta ainda para o risco de deslizamentos de terra e derrocadas, contaminação de fontes de água potável por “inertes resultantes de incêndios florestais”, desprendimento de estruturas móveis ou mal fixadas e arrastamento de objetos soltos para as estradas devido ao vento forte.
Também a Autoridade Marítima Nacional (AMN) desaconselhou na terça-feira atividades à beira-mar, nomeadamente em molhes, arribas e praias, devido ao “agravamento considerável” das condições meteorológicas e da agitação marítima entre a próxima madrugada e a de sexta-feira.
Previstos 5 dias seguidos de chuva. IPMA fala em “fantásticas notícias”
O presidente do IPMA mostrou-se esperançoso pelo aumento da precipitação, mas alerta que ainda não é suficiente para repor os danos provocados pela seca. E avisa que o resto do mês volta a ser de bom tempo.
O Instituto prevê que esta quarta-feira seja o primeiro de cinco dias seguidos de chuva, com o presidente da instituição a felicitar o regresso da precipitação, considerando-o “um contributo muito significativo” para combater a seca no país.
Miguel Miranda salientou que é fundamental aproveitar estes cinco dias de chuva, para que as bacias hidrográficas retenham “uma parte significativa de toda esta água”.
“As cidades não estão ainda completamente preparadas para este tipo de situação, em alguns países da Europa temos visto ajustes das redes de escoamento e nós aqui, mais tarde ou mais cedo, teremos de pensar também nisso”, avisou.
No entanto, Miguel Miranda colocou um travão às expectativas de chuva durante o resto do mês, remetendo para a previsão do IPMA, e dizendo que “depois desta semana, de precipitação e temperaturas mais baixas, que vamos voltar àquilo que as pessoas designam de ‘verão de São Martinho'”.