O documentário “Estrela – Um Território em Mudança”, realizado pelo oliveirense Tiago Cerveira para o Estrela Geopark, conquistou o Prémio da Juventude Panorama Regional, no CineEco Seia. O documentário retrata “viagem pelo território da Serra da Estrela que mostra quatro pontos de vista ao longo das quatro estações do ano”. Conta com a produção do Estrela UNESCO Global Geopark, realização de Tiago Cerveira e Banda Sonora Original Tiago Sami Pereira
Terminado o Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, foram anunciados os vencedores da 28ª edição, num ano marcado pelo cinema de emergência e de impacto, vincado nos 70 filmes das várias competições.
Como habitualmente acontece, o CineEco em Seia fechou as portas ao grande ecrã este sábado, mas parte em itinerância pelo país já nos próximos meses, por cineclubes, associações, teatros, universidades e auditórios.
Taming the Garden foi o grande vencedor do “Grande Prémio Ambiente – Câmara Municipal de Seia”. A obra de Salomé Jashi (Suíça, Alemanha, Geórgia) é uma ode à rivalidade entre o homem e a natureza, que conta a história de um homem poderoso que se entrega a um hobby invulgar, transplantando para o seu jardim privado de árvores seculares, junto à costa da Geórgia.
O “Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros” coube a AYA, de Simon Gillard, Bélgica, França, que nos traz a história da jovem Aya que cresce e vive com a sua mãe na ilha de Lahou. Alegre e despreocupada, gosta de colher cocos e dormir na areia. No entanto, o seu paraíso está condenado a desaparecer debaixo de água. À medida que as ondas ameaçam a sua casa, Aya toma uma decisão: se o nível do mar subir, ela não deixará a ilha.
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, o Prémio Curta-Metragem Internacional – Turistrela foi para Estrellas del Desierto, de Katherina Harder Sacre, uma ficção que nos dá a conhecer Antay, de 12 anos, e a sua equipa de futebol, na zona mais a norte do Chile, a meio do deserto de Atacama, que tem sido assolado por secas. À medida que o tempo passa e a situação piora, algumas famílias começarão a abandonar a cidade, o que significa que a equipa de futebol de Antay e dos seus amigos estará em risco de acabar. Enquanto a sua mãe se junta a outras mulheres da cidade para protestarem e enfrentarem a ameaça ambiental, deparar-se-á com a perda e a transformação do seu ambiente para sempre.
Já o “Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados” coube ao filme Plástic Shopper, do realizador francês Pierre Dugowson. A curta portuguesa de João Gonzalez, Ice Merchants, arrecadou dois troféus correspondentes ao Prémio Curta-Metragem de Animação e ao Prémio Curta Metragem em Língua Portuguesa.
Na Competição de Curtas-metragens Internacionais, o júri atribuiu duas Menções Honrosas, uma a L’Impianto Umano, uma ficção italiana de Andrea Sbarbaro, e a The Sausage Run, uma animação alemã de Thomas Stellmach.
Na Competição de Séries e Reportagens Televisivas, o “Prémio Televisão” rumou para Food Fraud: An Organised Crime, de Bénédict Delfaut, um documentário francês que retrata o crime alimentar de uma indústria multibilionária que afeta tudo, desde o ingrediente mais barato ao mais caro. Um filme que leva a investigação até às brigadas de fraude alimentar e que revela o pouco que sabemos sobre o que comemos.
Nesta competição, o júri atribuiu uma Menção Honrosa ao documentário francês Une Terre Sans Abeilles?, de Nicolas Dupuis e Elsa Putelat.
Nas Competições de Longas-Metragens em Língua Portuguesa, o “Prémio Camacho Costa – Lipor” foi atribuído a Águas de Pastaza, de Inês T. Alves. Isolada na floresta tropical amazónica, uma comunidade de crianças vive em profunda intimidade com a natureza à sua volta. Entre as águas do rio Pastaza e o topo das árvores, estas crianças vivem o seu quotidiano de forma quase autónoma e com um forte sentido de colaboração.
Na competição de Curtas-Metragens em Língua Portuguesa, para além do melhor prémio ter sido atribuído a Ice Merchant, de João Gonzalez, o júri atribuiu duas Menções Honrosas, uma a Água nas Guelras, de Marco Schiavon, e outra a Labuta, de Inês Alves e Lara Plácido.
O Prémio Panorama Regional foi para o documentário Pastor Cósmico, de Inês T. Alves, Mariana Pinho e Duarte Martins, uma viagem de um pastor que fala da sua ligação profunda com as cabras, da enredada ligação dos seres e dos lugares, da vida e da morte.
O Prémio Valor da Água – Águas do Vale do Tejo foi atribuído a Programa Atlantis, de Gustavo Neves. O documentário acompanha um grupo de alunos do 8º ano da escola Navegador Rodrigues Soromenho, em Sesimbra, Portugal, que mergulham em práticas aquáticas, através de um programa de literacia do oceano com ferramentas de desenvolvimento humano, mergulho livre e educação ecológica.
O Júri da Juventude, composto por um painel de seis jovens, atribuiu os seguintes galardões em todas as competições: Prémio Juventude Longa-Metragem para Ganado Desierto,deFrancisco Vaquero Robustillo; Prémio Juventude Curta-Metragem Internacional a Habiter le Seuil, de Marine Chesnais e Vincent Bruno, com uma Menção Honrosa para Total Disaster, de Keil Orion Troisi e Molly Gore; Prémio da Juventude Série e Reportagem Televisiva ao documentário Uprooted, de Balint Revesz, e Menção Honrosa a Programa Atlantis, de Gustavo Neves; Prémio da Juventude Longa-Metragem em Língua Portuguesa a Águas de Pastaza, de Inês T. Alves; Prémio da Juventude Curta-metragem em Língua Portuguesa a Agir ou Perder, de João Esteves, e uma Menção Honrosa a Água nas Guelras, de Marco Schiavon; e o Prémio da Juventude Panorama Regional a Estrela – um Território em Mudança, com uma Menção Honrosa a O Salto do Contrabando.
Portugal, França e Espanha foram os países com maior representação cinematográfica na Competição Oficial da 28ª edição do CineEco, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia, entre 8 e 15 de outubro. Este ano, o mais antigo festival de cinema ambiental teve 70 filmes em competição, de mais de 20 países.