O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, solicitou mais médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia para as maternidades de Coimbra, por considerar que está em risco o serviço de urgências.
Em comunicado, a SRCOM considera “alarmante” a situação que se verifica nas maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos e nos Hospitais da Universidade de Coimbra, devido à falta de médicos.
Confrontado com a situação, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Martins Nunes, considerou “manifestamente exagerado qualquer risco com o funcionamento das maternidades”.
Para Martins Nunes, “não está em causa, absolutamente”, o funcionamento das urgências das maternidades que estão agregadas ao CHUC.
Por outro lado, Carlos Cortes disse que “face à escassez de recursos humanos, e caso não se proceda à urgente contratação de especialistas, poderá ficar inviabilizada a elaboração de uma escala de urgência com o número de médicos indispensáveis ao funcionamento do serviço de acordo com as normas”.
O presidente da SRCOM considera a situação “muito grave” e entende que não se “pode comparar a realidade destas maternidades com o que se passa em qualquer um dos outros hospitais universitários do país”.
“O cálculo do número de médicos não poderá, neste caso, reportar apenas o número de partos e a população de referência”, sublinha, salientando que não são contratados médicos especialistas para a Maternidade Bissaya Barreto desde 2010.
Segundo o dirigente, “o número elevado de médicos especialistas que saíram nos últimos anos, pode colocar em risco a atividade assistencial (consultas e cirurgias) dos serviços de Ginecologia A e B” do CHUC.