O jovem oliveirense Pedro Coelho, apresenta hoje, pelas 16h00, uma emissão especial do “Espalha Factos” na Rádio Boa Nova, para ouvir em 100.2 FM ou em www.radioboanova.pt.
A regressar ao formato rádio, Pedro Coelho apresenta um programa feito à semelhança do primeiro que realizou na Rádio Boa Nova, a 5 de setembro de 2005, há 15 anos.
A comemorar 15 anos de projeto, o seu autor, Pedro Coelho, jovem de Oliveira do Hospital, escreveu assim nas redes sociais:
“Quem já me conhece há algum tempo sabe a história do Espalha-Factos e, em alguns casos, até já a ouviu várias vezes. Desta vez, porque são 15 anos, decidi contá-la por outro ângulo, para ver se dou novidades. Preparem-se que vem aí textão.
O Espalha-Factos apareceu porque eu tinha 14 anos, muita vontade de fazer coisas e sentia que não havia informação feita numa linguagem acessível aos jovens. Escolhi a rádio para tentar fazer isso. O meu pai tinha tido uma rádio pirata, a ELA, e tinha feito rádio, mais ou menos quando tinha a minha idade. Eu achava incrível essa liberdade, e essa partilha. E ficou sempre aqui o bichinho de como seria ter “a minha rádio”.
Do oitavo para o nono ano, depois de uma experiência curta num programa da escola, falei com a minha mãe sobre isto. E, palavra puxa palavra, lá marcámos uma reunião – acho que foi a minha primeira reunião de trabalho – para perguntar ao Albino José, diretor da Rádio Boa Nova, como é que eu podia fazer para ter o meu programa.
Tinha de escrever um projeto, gravar uma edição e vermos como saía. O Albino deu-me dois conselhos que guardei para sempre: fala sempre a sorrir, porque a tua voz sai melhor e, “a partir do momento em que entras ali no estúdio, o que está lá fora… fica lá fora”.
Ao início, fazia tudo gravado. Gravava os takes, escolhia as músicas, deixava tudo escrito e o Albino alinhava, que eu ainda não sabia mexer no nosso software, que era o ABS. Uma vez, não deixei as folhas por ordem e as músicas passaram todas trocadas. Gritei e chorei muito a ouvir esse programa… e a baralhação que aquilo foi.
Fiz oito edições gravadas e, ao longo dessas edições, ouvi o meu pai a dizer-me que a rádio gravada não tinha graça nenhuma, e que eu tinha de ir para o direto. E fui. Os primeiros segundos foram assim com uns tremeliques, mas lá saiu o direto. E, depois do primeiro, nunca mais quis outra coisa. Enquanto ouvia, a cada edição, os reparos da minha mãe e, todos os dias, os animadores da Rádio Comercial, para aprender como se fazia.
Foram quase 300 edições em direto, e pelo caminho fiz especiais, apresentei as manhãs, as tardes, o fim da noite, conduzi noites eleitorais, e, pasmem-se, até fiz várias edições da Tarde Desportiva. E adorei, sempre. Estive no ar de 2005 a 2012, a amar cada segundo e a perceber o que era trabalhar sem rede. E tudo começou, nessa história, graças ao Espalha-Factos.
Aprendi o poder que existe em trabalhar sempre a pensar em quem nos ouve. Em fechar a porta do estúdio e, ali dentro, estarmos apenas e só focados em entreter, ou em informar, ou mesmo apenas em fazer companhia.
Em 2009, quis que passássemos da rádio para a internet. Quando o digital ainda era o futuro… antes de ser a nossa vida toda. E comecei a juntar gente que quisesse, como eu, escrever sobre cultura e entretenimento de uma forma interessante para os jovens. Foi aí que nasceu este site, e que chegámos a milhares de pessoas. Agora já são milhões.
Neste dia, como no primeiro de todos, quando, depois do sinal horário das 19h do dia 3 de setembro de 2005 soou o primeiro e tremido “boa tarde”, fazemos o que fazemos a pensar em quem nos lê, ouve e vê.
Sem esquecer como vive, pensa e sente quem está do lado de lá, a fazer este caminho connosco. A maior felicidade de estar aqui hoje é ter podido conhecer tanta gente boa, ter trabalhado com pessoas que me ensinaram tanto, e saber que na longa estrada que ainda temos pela frente, ainda há tudo para aprender.
Obrigado. Continuo a ser um miúdo feliz e com sonhos! 💙“