Neste fim de semana assistiu-se ao retomar das celebrações religiosas com a participação de fiéis. Na cidade de Oliveira do Hospital, a Eucaristia Dominical…
… realizou-se no adro da Igreja Matriz, com o pároco local a partilhar a “alegria” pela presença de todos.
“É com muita alegria que nos reunimos neste domingo para celebrar a Eucaristia, escutar a Palavra de Deus, celebrar em comunidade a nossa fé”, começou por referir o pároco António Loureiro, no início da homilia.
O sacerdote lembrou os “tempos difíceis tanto em termos pessoais, sociais e eclesiais”. António Loureiro que, em tempo de pandemia, sempre celebrou a Eucaristia chegando à população através da Rádio Boa Nova e das redes sociais, considerou ontem que “para alguns, a experiência poderá ter sido positiva” e “para outros, poderá ter sido assim, assim”.
Como positivo, sublinhou o facto de as famílias terem tido tempo “para estar juntas”. “Os esposos, os pais com os seus filhos, os irmãos. Às vezes pode ter ajudado a reforçar os laços familiares. Pode ter potenciado algum conflito. Mas tivemos tempo para estar em família. Numa sociedade em que parece que já não há tempo para a família com tanto que fazer”.
Ainda num olhar à pandemia que está a afetar o mundo o pároco oliveirense referiu, ontem, que “parece que o homem tudo podia com a ciência, as telecomunicações, com as viagens e de repente um pequeno vírus parou o mundo e pôs tudo em questão”. “No fundo convida-nos à humildade do coração, a podermos descobrir que somos seres humanos e que só Deus é Deus. Deus permite que aconteçam doenças e os problemas. Mas, Deus está sempre pronto a ajudar-nos, nunca nos abandona, dá-nos a sua mão e por isso também este tempo para alguns é difícil em termos de fé”, observou o pároco.
Ainda em tempo de pandemia, mas de regresso às celebrações participadas mas com regras, António Loureiro questiona: “Será que este tempo de paragem nos ajuda a poder potenciar aquilo que há de bom dentro de nós. Será que depois da pandemia volta tudo ao mesmo? Ou efectivamente nos vamos sentir diferentes e transformados?”
António Loureiro, que é também arcipreste do Nordeste da Diocese de Coimbra, verificou ontem que “toda a gente diz que o mundo não vai ser igual e as pessoas não vão voltar a ser como antes”, mas constata que “se o coração do homem não muda tudo volta a ser igual”.
O regresso às celebrações religiosas participadas aconteceu no domingo de Pentecostes, em que a Igreja celebra a Festa do Espírito Santo. António Loureiro espera, por isso, que com o retomar das celebrações nesta ocasião, se possa verificar “a mudança do nosso interior”.