Site icon Rádio Boa Nova

PSD e CDS-PP avançam com “candidatura muito forte” e prometem o “melhor candidato para Oliveira e para a coligação”

O PSD e o CDS-PP de Oliveira do Hospital vão avançar com um “projeto de coligação” na candidatura à Câmara Municipal e restantes órgãos autárquicos nas eleições que se realizam este ano. Em conferência de imprensa, os responsáveis partidários prometeram uma “candidatura muito forte”, com “o melhor candidato, com capacidade de ganhar, gerir e governar o concelho”.

A cumprir a “agenda da coligação”, João Brito, presidente da Comissão Política do PSD, e João Duarte, líder da concelhia do CDS-PP, confirmaram, ontem, a união dos dois partidos numa coligação candidata às autárquicas no concelho. O nome de Francisco Rodrigues não foi confirmado como cabeça de lista à Câmara Municipal, com os responsáveis partidários a remeterem o anúncio para uma segunda fase.

Na sede do PSD oliveirense, João Brito e João Duarte demoraram-se nos pontos fracos que identificam nos últimos três mandatos autárquicos no concelho sob a gestão do Partido Socialista.

Foi por isso, “com o maior orgulho e maior sentido de responsabilidade” que João Brito (PSD)  começou por apresentar “acordo de coligação autárquico para  o concelho de Oliveira do Hospital pelo PSD e CDS”. Um projeto que “assenta numa forte estrutura de princípios democráticos e valores que são comuns a ambos os partidos”, assegurou o social-democrata.

Com uma visão “muito preocupante” relativamente ao estado do território de Oliveira do Hospital”, devido à situação de pandemia que atinge todos de forma “marcante e algumas vezes de forma irreversível, João Brito nota também que o concelho continua “afastado dos itinerários que, tanta falta, fazem ao nosso desenvolvimento e sucesso das nossas empresas locais”. “O IC6, que serviu tantas vezes de arremesso político contra os adversários políticos e de promessas que só desonram quem as faz, não passou disso mesmo: uma promessa usada em calendários eleitorais convenientes, como mais uma vez agora se viu com um concurso de projeto que já tinha sido dado como existente há quatro anos”. Elencou ainda índices que apontam para: perda da população residente (10º lugar), população ativa (13º), índice de envelhecimento (8ºlugar), índice de qualificação da população (10º lugar), população com ensino superior completo (13º), poder de compra per capita (7º lugar), número de médicos por mil habitantes (13º lugar), enfermeiros por mil habitantes (17º lugar), capacidade de gerar receitas em impostos no IRC (9º) lugar  em IRS (14º lugar).

João Brito não compreende como é que “as apostas em investimentos não privilegiaram criação de novas áreas de localização empresarial e captação de investimento externo”. “Assistimos a uma enorme incompetência na gestão desse dossiê, como se vê com a ampliação da Zona Industrial que se encontra parada”, referiu o líder social-democrata que “não precisa de muitos dedos nas mãos para contar os grandes investimentos que a maioria socialista pode assinalar em balanço que deve ser desde final de ciclo”.

Apontou ainda o dedo “ao aumento do recurso aos empréstimos bancários” para notar que “a situação atual é também mais preocupante, principalmente quando vemos mais despesa corrente, mais despesas com pessoal, mais satisfação com clientelismos e despesismos em eventos megalómanos, como foi “a última EXPOH onde foram gastos mais de 200 mil euros”. Sobre a pandemia e ainda sobre os incêndios de 2017, João Brito constatou ainda que “os responsáveis autárquicos incluem-se no grupo dos que se vitimizam procurando colher a indulgência e compaixão dos mais distraídos”.

Em nome da coligação, o presidente da concelhia do PSD partilhou a “visão muito negativa sobre os últimos três mandatos na autarquia oliveirense”. “

Muita propaganda e pouca obra concreta, muita despesa e pouco investimento e eficiência, muita parra e pouca uva”, frisou.

A “ambição” da coligação é de “tornar este concelho mais forte, mais desenvolvido para os novos tempos, mais sincronizado com as soluções que geram mais emprego, mais riqueza, mais bem estar social e mais qualidade de vida”. “Queremos implementar um novo paradigma de desenvolvimento para o tecido empresarial e económico, que valorize e apoie os empresários existentes e postos de trabalho que deles dependem, mas que se proteja para novas tipologias de negócios, com maior incorporação tecnológica e com capacidade de fixação de mão de obra qualificada e quadros técnicos para acrescentar mais valor às empresas”, explicou.

PSD e CDS-PP querem “ser protagonistas da mudança” e João Brito considera que a coligação “tem as pessoas certas para fazer esse caminho” . À frente da autarquia devem estar pessoas qualificadas, experientes, competentes e com espírito de missão, focadas só e apenas no interesse público”. “Temos essas pessoas que emergem da sociedade civil. Sabemos das suas qualidades e carreiras profissionais com resultados em diversas áreas. A palavra e a honra serão a marca da nossa atuação. Repudiamos a atuação política em que a moeda de troca seja o voto. O nosso grande compromisso é o da confiança. Queremos dar todas as razões para que acreditem em nós e nosso programa”, frisaram.

“É preciso renovar protagonistas. Temos pessoas com 20 anos de carreira política e querem prolongá-la por mais quatro, oito, doze”

A partilhar dos ideais de João Brito, o presidente da concelhia do CDS-PP, João Duarte, considerou ontem que “a direita tem sido claramente a maioria representada nas autárquicas no concelho” e que a coligação tem “ uma visão diferente do concelho e para o concelho”. “A ideia de obra pública, de obra para dar e vender era a política de 2000, quando havia fundos para isso. Hoje em dia temos que primar pelo desenvolvimento, olhar para o futuro e pensar: em 2030 e 2040 quão atual vai ser isto?”. O jovem centrista adiantou que é esta a visão da coligação “para não deixar que o concelho acabe”, considerando, por isso, que “nunca foi tão importante a coesão territorial e nunca houve tantos fundos para isso”. “É preciso perceber que as freguesias do nosso concelho têm que ter iguais oportunidades”, referiu.

Com as autárquicas no horizonte, João Duarte verifica que “há um ciclo novo a iniciar-se e a melhor oportunidade porque os fundos nunca foram tão grandes como agora, para que o concelho se catapulte no desenvolvimento demográfico, social, ordenamento do território”. O que pretende a coligação é “fazer passar a ideia de qua há uma solução e forma de fixar aqui pessoas, atrair emprego e sair desta amarra, no concelho em que o salário médio é 300 Euros mais baixo do que a média nacional”. João Duarte continuou, dizendo que “nos últimos dez anos, o concelho perdeu 2000 habitantes, que é 10 por cento da população do concelho”. “Juntamo-nos ao PSD para passar a mensagem de esperança aso oliveirenses e que há solução”, defendeu.

Para o jovem líder dos centristas no concelho “é preciso renovar protagonistas”. “Temos pessoas com 20 anos de carreira política e querem prolonga-la por mais quatro, oito, doze. Não podemos compactuar com isso. É preciso haver uma injeção de competência, de qualidade no executivo municipal. Só se faz com protagonistas mais novos e jovens que não precisam da política para fazer vida ou fazer carreira”, considerou.

João Brito e João Duarte recusaram avançar com o nome do candidato à Câmara Municipal pela coligação. A decisão foi justificada com as “diretivas nacionais e hierarquias que são para ser respeitadas”. João Duarte sabe que o PSD “tem mesa de secção dia 26 para aprovar o candidato”, verificando contudo que da “parte do CDS está tudo alinhavado”. “Quando as coisas estiveram prontas avançaremos para apresentação formal da candidatura. Somos uma alternativa, temos um objetivo prático: ganhar a Câmara Municipal e, ganhando os protagonistas, são forçosamente renovados”, defendeu João Duarte.

Questionados sobre a candidatura do Partido Socialista que candidata José Francisco Rolo à Câmara Municipal e José Carlos Alexandrino à Assembleia Municipal, João Duarte logo considerou que a candidatura não é tão forte como a da coligação PSD/ CDS-PP. “Nós sabemos que a nossa é uma candidatura muito forte”, referiu. João Brito, do PSD, também adiantou que o partido “não esteve à espera que PS apresentasse os nomes à camara para escolher o candidato”. “O PSD já tinha o candidato escolhido. Nós arranjámos o candidato para combater qualquer candidato adversário. Foi nessas circunstâncias que escolhemos o melhor candidato para Oliveira, para a coligação e que tem capacidade de ganhar, gerir e governar o concelho”, afirmou.

Na conferência de imprensa, João Brito e João Duarte também não foi confirmaram a candidatura do líder nacional do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital. “É sempre uma fantástica hipótese, mas não passa de uma hipótese em cima da mesa como há outras”, referiu João Duarte, considerando que, de qualquer modo, nomes “com essa grandeza” ajudam a colocar Oliveira do Hospital no mapa.

Exit mobile version