O concelho de Oliveira do Hospital “já passou pelo pico” da pandemia da Covid-19 e “está agora numa fase descendente”, afirmou hoje na Rádio Boa Nova o especialista Carlos Antunes. No espaço de análise da pandemia no país e no concelho, o professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa avisou, contudo, que se aproxima “a tormenta” da nova variante, pelo que é preciso “muita responsabilidade e muita cautela nos nossos comportamentos”.
Na segunda-feira, o relatório da Direção Geral de Saúde indicava que a taxa de incidência no concelho de Oliveira do Hospital era de 1667 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes. Esta tarde, Carlos Antunes informou que “atualmente a incidência acumulada já é de 1745”. Contudo, adianta o especialista, “a boa notícia é que a taxa já esteve mais alta, já chegou aos 1828”. Os números estão, por isso, a “indiciar essa diminuição”, estando agora “em 334 o número de infetados nos últimos 14 dias”.
“Este valor começou a diminuir e, em termos médios, o número máximo de contágios diários foi no dia 25 de janeiro, com 28 casos. Esse máximo já está com tendência de diminuição. Já estamos a reduzir para 24 casos diários, o quer dizer que o concelho de Oliveira do Hospital já passou pelo pico e está agora numa fase descendente”, disse o especialista que tem vindo a estudar a evolução da pandemia.
Há, contudo, “um caminho longo a percorrer” para o concelho chegar aos 480 casos por 100 mil habitantes. “Esperamos que tal como se verifica a nível nacional, a diminuição se verifique de uma forma rápida, porque o confinamento total que estamos a fazer tem que surtir esse efeito”. O especialista espera que “o concelho consiga rapidamente trazer estes valores de incidência para valores muito baixos”, para assim poder “respirar um bocadinho”. “Mas sempre com vigilância muito apertada e uma responsabilidade acrescida de comportamento social na nossa proteção e na dos outros”, alertou.
À boa notícia de diminuição da incidência da pandemia no concelho, junta-se porém a má notícia de que a nova variante do vírus se esteja a aproximar do concelho. “Em Oliveira do Hospital ainda não há amostras da presença da variante”, referiu, avisando que já há registos nos concelhos situados a Norte.
“Próximo da zona urbana de Coimbra o valor já está em nível amarelo, com 50 por cento de prevalência, ou seja, metade é variante antiga, metade é nova variante. Na proximidade de Oliveira do Hospital, nos concelhos a Norte, a prevalência já é na ordem dos 10 por cento”, alertou.
Diante deste cenário, Carlos Antunes defende que é preciso continuar a “empurrar a mola para baixo” com o confinamento. “É preciso muita cautela ao pensar que já passámos pelo cabo das tormentas e que estamos agora num mar calmo. Não, não estamos . Rapidamente nos vem mais uma tormenta, uma tempestade que pode dar cabo da nossa paz e do nosso sossego. Muita responsabilidade e muita cautela nos nossos comportamentos”, vincou o especialista natural do concelho de Oliveira do Hospital.
Hoje no país registaram-se mais 7 914 novos casos de Covid-19 e mais 255 mortes. Pese embora a grandeza dos números, o país vem assistindo a uma diminuição de novos casos e o pico de óbitos também já deverá ter sido atingido.
“Vale a pena estar com alguma felicidade, porque estamos no bom caminho”
Carlos Antunes considera que “vale a pena estar com alguma felicidade, porque estamos no bom caminho”. “Os dados desta semana confirmam a tendência, que tinha sido iniciada no final da semana passada, quer em termos de óbitos, quer em termos de casos diários. Todas as regiões já passaram pelo pico e isso são boas notícias”, afirmou.
O especialista notou, porém, que a pressão nos hospitais “ainda está elevada”. “Está a dar sinal de estar também a passar pelo pico nos internamentos e nos cuidados intensivos. As regiões estão a diferentes velocidades. Há regiões que mostram já uma inversão da ocupação nos internamentos, como a região Norte. A região Centro está no pico e a de Lisboa está um bocadinho atrasada”, explicou Carlos Antunes.
Para o especialista “são razões para nos animarmos e nos darem força de que estamos no caminho certo e que o confinamento que estamos a ter está ater resultados em todas as linhas”.
Na Rádio Boa Nova, o especialista que chegou a prever um número máximo de óbitos de 360, disse que o modelo foi sendo corrigido e agora confirma que “o máximo que tivemos em termos médios foi de 285 óbitos e já estamos numa tendência descendente e consolidada”.
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