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Pandemia “não dá sinal de tréguas” em Oliveira do Hospital. Concelho atinge máximo de 1553 casos por 100 mil habitantes

O momento é de grande preocupação no que respeita à Covid-19 em Oliveira do Hospital. Carlos Antunes, especialista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa disse que, à data de 25 de janeiro, o concelho registava uma taxa de incidência de 1553 casos por 100 mil habitantes, que em termos absolutos corresponde a “299 infetados nos últimos 14 dias”.

No espaço semanal de análise à pandemia da Covid-19 na Rádio Boa Nova, o especialista referiu que Oliveira do Hospital continua “numa subida”, em que “a epidemia no concelho não dá sinal de tréguas”

“Estamos há três dias em níveis máximos com 1540, 1550 infetados por 100 mil habitantes. Em termos absolutos são já 299 infetados nos últimos 14 dias, à data de 25 de janeiro. A incidência continua em valores extremamente elevados”, referiu Carlos Antunes.

O especialista que tem vindo a fazer as projeções no país, e que é natural do concelho de Oliveira do Hospital, disse esta tarde que “o concelho tem que baixar para menos de 960 casos por 100 mil habitantes, para descer de nível vermelho para laranja e mesmo assim continua com as restrições, e depois tem que se alcançar os 480”.

“Estamos com 1553 casos (por 100 mil habitantes). A progressão desde o dia 17 aumentou”, alertou

Para o especialista o fecho das escolas em Oliveira do Hospital “devia estar a resultar e não está”. “Não sei explicar porquê.  Vou sabendo de histórias, aí da terra, que me entristecem um bocadinho. Saber que há pessoas  que estão infetadas e vão às compras é de facto algo que nos envergonha, porque são essas situações de irresponsabilidade que contribuem para esta situação”. Carlos Antunes avisa que “não há volta a dar que não seja consciencializarmo-nos que todos temos que fazer um esforço para baixar esta incidência”.

País poderá ter 360 óbitos por dia. Entre 5 e 8 de fevereiro, o número de novos casos atingirá os 17 mil

Hoje o país atingiu nos máximos no número de óbitos (303) e de novos casos (16 4329) em 24 horas. Carlos Antunes prevê que a situação vai continuar “a agravar-se por mais alguns dias”.

“Em termos de óbitos, o máximo que prevejo é até 360 óbitos por dia, daqui a duas semanas. Temos que estar preparados para essa situação muito  drástica e muito triste como consequência das nossas irresponsabilidades que temos que assumir”, referiu

Quanto ao máximo de  novos casos diários, o especialista indicou que a projeção que faz, e que já está estável há uma semana,  deverá ocorrer “entre 5 a 8 de fevereiro, quase três semanas depois de o governo ter decidido o confinamento”. “Vamos atingir um máximo que estará na ordem dos 17 ou 18 mil casos. Isso tem uma consequência que é o contínuo aumento dos internamentos, que prevejo que venham subir para os 7700 e ultrapassar as 900 camas nos Cuidados Intensivos”, explicou, notando que hoje o país já alcançou as 780 camas em Cuidados Intensivos.

Carlos Antunes recomenda uso de duas máscaras

Na Rádio Boa Nova, o especialista avisou esta tarde que “as máscaras não têm eficácia máxima, tirando as FFP2” e alertou que é também importante “o uso correto da máscara”. “Não é tocar por dentro e por fora com as mãos. Não é guardar a máscara no bolso. Deve-se guardar num saco de papel para absorver a humidade. Deve-se dobrar para que a parte interior não toque na parte exterior”, advertiu

“Em ultima instância”, Carlos Antunes aconselha “usar duas máscaras”.  “Pode-se usar uma máscara cirúrgica e ter uma máscara comunitária por cima.” O “princípio” é de “reduzir ao máximo a probabilidade de nós inalarmos partículas ou aerossóis que nos rodeiam”.

“Temos que isolar completamente a superfície (da cara). Quem usa máscara permanentemente durante o dia, deve usar uma de manhã e  outra à tarde. Quem frequenta espaços  públicos e muito movimentados, como os supermercados, o conselho é que o façam da parte de manhã, porque há menor concentração de partículas e de saturação do ar e permanecer o menos tempo possível nas superfícies fechadas e procurar supermercados com menos gente”.

Confira a análise completa no vídeo em cima.

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