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Covid-19: Oliveira do Hospital pode atingir “nível vermelho” de contágio depois do Natal. Carlos Antunes verifica “subida galopante” de novos casos

Carlos Antunes, professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa alertou hoje, na Rádio Boa Nova, para o aumento “galopante” do número de casos de Covid-19 no concelho de Oliveira do Hospital. No espaço de análise à pandemia da Covid-19, o oliveirense adiantou que o número de 120 casos reportados nos últimos 14 dias já coloca o concelho no nível laranja, podendo atingir o nível vermelho de risco “extremamente elevado” depois do Natal.

“Estamos a aumentar o número de casos de forma galopante a um ritmo na ordem dos 6  a 7 por cento ao dia com período de duplicação a 10 ,12 dias. O aumento em três dias de 50 casos mostra o aumento exponencial”, referiu, esta tarde, o investigador que participa nos estudos em que o Governo se baseia na tomada de deciões no âmbito da pandemia. Carlos Antunes adiantou que análise aos números do concelho apontam para um “RT” (índice de reprodução de infeção) na “ordem de 1.2”, o que “é muito elevado”. “Foi o valor mais alto que tivemos a nível nacional na segunda vaga”, comparou.

Na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes explicou que o número que foi reportado “sobre os 120 casos nos últimos 14 dias indica que o índice de risco é de 623, no intervalo entre 480 e 860, que é o intervalo que classifica um concelho como muito elevado, nível laranja”.  Nota, contudo, que “como não está ainda definido esse nível, a propagação encontra-se a rum ritmo muito elevado, sem que as medidas sejam compatíveis e proporcionais ao nível de risco que efetivamente temos”. “Isso vai agravar ainda mais a situação”, alertou.

No próximo dia 21 de dezembro, em que “haverá novo mapa de risco de concelhos”, o concelho de Oliveira do Hospital já ficará “no nível laranja” com as restrições que são conhecidas de mobilidade e atividade económica. “Mesmo sem evolução até domingo, Oliveira do Hospital será classificado na segunda feira com nível laranja, de muito elevado, e prevejo que na próxima semana possa subir para o nível vermelho. É provável que no dia 24 possamos ter mais de 200 casos acumulados, 150 ativos, o que já nos coloca acima dos 960 casos por 100 mil habitantes. Na semana depois do Natal, se a taxa de aumento se mantiver, muito provavelmente Oliveira do Hospital pode ser elevado a risco extremamente elevado, que é vermelho”.

Num olhar, à situação no país, o investigador verifica uma redução da incidência de novos casos, mas “a um ritmo muito lento e de forma diferente de região para região”. ”Constatamos que Lisboa e Vale do Tejo e o Centro estão a subir de casos, enquanto que a região Norte está a diminuir e o Alentejo está a subir. Em termos de balanço nacional, há uma tendência de diminuição a nível nacional, mas a um ritmo lento”.

De acordo com os estudos em que participa, Carlos Antunes verifica que desde dezembro, o país assiste a um “aumento do número de óbitos a ritmo lento”, para o qual têm contribuído “positivamente” as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro, ao passo que o Norte está a diminuir.

“Deve-se olhar com preocupação para a região Centro, que é a que retém o aumento de incidência desde o final de novembro e início de dezembro. E os óbitos também responderam de 10 para 18 em termos médios diários”, explicou.

A encarar o início da vacinação a 27 de dezembro como “uma boa noticia”, Carlos Antunes alerta que é preciso “gerir as expectativas, porque temos que esperar três semanas a um mês entre a primeira e segunda dose”. “A imunidade que se venha a obter é depois da segunda dose. Não vamos ter pessoas imunizadas no final do ano. Só no final de janeiro teremos pessoas capazes de resistir à infeção e não contrair a doença”, explicou na Rádio Boa Nova, lembrando que para as pessoas com menos de 60 anos e sem patologias, a vacina só chegará no meio de 2021.

Confira a análise completa no vídeo em cima.

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